quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

domingo, 26 de junho de 2011

Movimento Punk

A contestação contra o sistema de coisas tornou forma ideológica através do Punk.

Com o visual fugindo dos padrões que a sociedade impõe através do modismo, mostrando sua revolta pelo corte de cabelo à moicano, roupas velhas(em oposição ao consumismo), jaquetas arrebitadas com frases de indignação às injustiças do Estado repressor e a atitude subversiva, se mostra o Punk.

Esse movimento não fica calado, como a maioria dos jovens e o povo em geral, fazendo manifestações, panfletagens, passeatas: mostrando sua cultura e seu repúdio a todas as formas de fascismo, nazismo e racismo, autoritarismo, sexismo e comando; vendo como solução a autogestão (ou seja anarquia) para a libertação dos povos, raças, homens e mulheres.

Em palavras mais claras, autogestão seria a organização dos povos sem fronteiras nem lideranças autoritárias e partidárias, com plena igualdade, onde todos participariam da resolução dos problemas sociais. O punk também mostra sua cultura anticapitalista pelo FANZINE (jornal político-alternativo), pela música HARDCORE, som simples e direto, não comercializável, trazendo propostas políticas, seu comportamento livre e objetivo, fazendo com que o Punk não seja uma moda e sim um modo de vida e pensamento.

Atualmente o movimento atua com outros oprimidos grupos como: homossexuais, por achar que todos têm o direito de opção sexual sem ser discriminado; grupos de negros, feministas e outros grupos de atividades alternativas e libertárias. Também mantém ligação com outros punks do Brasil e mundo, levando a cultura internacionalista, não patriota.

Saiba e conscientize-se que Punk não é bagunça, muito pelo contrário é um movimento cultural de luta e ação direta, de liberdade de expressão e de comportamento. O movimento que surgiu a quase duas décadas, como contestação,evolui até hoje.

Movimento Punk No Mundo

Em meados da década de 70 o mundo se encontrava no auge da guerra fria, e uma Europa de pós-guerra, em constantes transformações sociais, se encontrava propicia para a formação de movimentos de transformações sociais, e foi lá, na Inglaterra, que surgiu um dos movimentos mais importantes deste século: O movimento Punk. Jovens, marginalizados pela sociedade, pobres e desempregados, começam a chocar a sociedade pelo seu modo agressivo de ser, de se vestir, e de agir. Tudo é contestação para os Punks, eles defendiam o Anarquismo e a liberdade individual, e manifestavam a sua rebeldia contra a hipocrisia, os privilégios, a sociedade conformista, as desigualdades sociais etc...

O punk tem mil motivos para se revoltar, por isso revida sem limites.

O punk se opõe e odeia todo tipo de poder ou autoritarismo, tudo que oprime a liberdade de se expressar ou de pensar do ser humano, por isso eles dedicam a sua vida na luta por uma nova sociedade livre de qualquer preconceito, exploração. E essa sociedade é claro que só pode ser a plenitude de uma sociedade anarquista.
O punk é anarquista por essência, é libertário por convicção e não por conveniência, por isso ele anarquiza o cotidiano e cotidianiza o anarquismo. Estão todos juntos por uma mesma causa, mas cada um é anarquista da sua forma, do seu jeito, por isso cada um tem seus métodos, na maioria das vezes a "ação direta", mas o que é mais importante é que se faça valer o seu lema "do it yourself" (faça você mesmo), por isso o punk além de altruísmo, significa também "responsabilidade".
Uma de suas formas de protesto, de diversão, e de principalmente, divulgar a sua ideologia, é através também da música, "O Hardcore", um som simples e direto, que abordam letras coerentes com temas políticos, envolvendo a "realidade incógnita", é um som incomercializável, a palavra "fama" é estranha à essência do hardcore, pois não tem afinidade alguma em produzir lucro. "A dança", é o pôgo a qual expelem sua angústia, o seu sentimento, de emoção e repúdio.

Pois ele ama o seu ódio e o amor, a coragem e o ódio juntos são mais fortes do que a hipocrisia e a ganância, mas o seu coração é muito forte e por isso resistiu até o fim, pois ele faz acontecer!

quarta-feira, 18 de maio de 2011

O que é cidadania

A cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a possibilidade de participar ativamente da vida e do governo de seu povo. Quem não tem cidadania está marginalizado ou excluído da vida social e da tomada de decisões, ficando numa posição de inferioridade dentro do grupo social

Ela é um conjunto de "ajuda" entre as pessoas no seu cotidiano.Podemos fazer isso com um simples ato ,como:jogar lixo no lixo,oferecer o asento aos idosos e pessoas com deficiência.

Não podemos cobrar nossos direitos se não fazemos a nossa parte na sociedade.

domingo, 17 de abril de 2011

1. Sobre concepção no decorrer da história da humanidade,fale sobre as formas de divisão em formas de divisão social do trabalho nas diversas organizações sociais existentes na história da humanidade.

As formas de divisões é o modo de distribuição de trabalho nas diferentes sociedades ou estruturas sócio-econômicas que surge quando grupos de produtos realizam atividades específicas.
Ao longo da história,o trabalho assumiu múltiplas formas.O trabalho fruto da relação do homem com a natureza,e do homem com o próprio homem,é que nos distingue dos animais e move a hustória.

2.Considerando o fato do Dia 08 de Março,fale sobre a questão da "Divisão Sexual do Trabalho" na sociedade.

Divisão Sexual do Trabalho:complementaridade ou conflito ?

Durkheim,percebeu que havia como fundamento uma divisão do trabalho estabelecida entre homens e mulheres.As diferenças biológicas femininas e masculinas de inventar uma diferenciação das funções atribuídas para cada sexo. Principal fonte de solidariedade orgânica, a divisão do trabalho social e também sexual, seria fundamental para que houvesse a coesão social necessária à existência de uma sociedade evoluída.

A dimensão sexuada da delimitação dos espaços femininos e masculinos no mundo do trabalho, corresponde a um caráter de complementaridade entre as atividades exercidas por mulheres e homens. Utilizando a expressão divisão do trabalho sexual, percebe as relações estabelecidas entre os sexos a partir da conformação de um vinculo solidário. Esta percepção deu embasamento à teoria do vínculo social, que se contrapõe à teoria das relações sociais.

3. Destaque situações importantes relatadas e faça uma reflexão sobre a situação atual do que foi lida,comparando a realidade local ou do Brasil.

Do Brasil ,podemos usar o termo da realidade atual do mercado de trabalho.

Existe uma grande diferença de distribuição de renda no país até hoje.
O salário mínimo,que é um grande instrumento distributivo e de regulação no mercado de trabalho,continua fraco,sem uma política de valorização que contribui para o aumento do desemprego.
As desigualdades presentes no país estão presentes,as mulheres apesar de ter maior taxa de emprego do que os homens,ainda tem dificuldades da hierarquia profissional e tem m salário inferior a dos homens.
Os negros tem a taxa de desemprego superiores as dos brancos e seus salários inferiores a deles, mesmo nas regiões que a maioria da população é negra.
Os jovens também enfrentam dificuldades,jovens entre 16 e 17 anos de idade,cuja taxa de emprego é grande ,sendo que,não tem proteção de lei trabalhistae e com rendimento totalmente baixo.
Os jovens que possuem uma família de boa renda tem de ganhar um bom estudo e acumular tarefas profissionais como a educação que gera grandes oportunidades no futuro.Mas a maioria dos jovens de famílias de menos renda tende a se transformarem em adultos que estaram em umas das últimas escalas de distribuição de rendas.
Contrariando a legislação,muitas crianças e adolecentes também estão no mercado de trabalho,a maioria delas estão em área rural e,muitas vezes,sem remuneração.A causa de estarem trabalhando nessa idade ,é devido a renda familiar,que por ser tão pouca acabam tendo que mandar menores de idades para trabalhar fora.

4. Reflita e compare a situação de trabalho escravo entre a população brasileira,principalmente as negras e indígenas,desde o Brasil colonial até os dias atuais.

- O que mudou ?

Bom,na minha pinião o que mudou foi a lei.Claro que não são todos os negros e índos que sofrem ainda.Mas parando para ver a realidade eu vejo que a maioria da pobrza está concentrada nessas pessoas que sofreram desde o começo.
É praticamente como está nesse site
Hoje favela; Ontem senzala;
Ontem o chicote; Hoje o cacetete estala;
Ontem o capitão do mato;
Hoje a policia militar;
Ontem escravidão declarada;
Hoje tentam mascarar;
O escravo mudou de nome;
Hoje é assalariado;
Mas continua na extrema pobreza;
Vivendo nas ruas, em buracos, em barracos;
Ainda insistem em nos dizer que a lei da escravidão acabou;
Mas ao final das contas, o que realmente mudou???

Site :http://subversaodopensar.blogspot.com/2010/10/o-que-mudou.html

- Houve melhoria nas condições de trabalho dessa população ?

Sim, porque agora eles ganham saláio.Merreca,mas ganham.
Talvez se não existisse essa lei de não escravidão,quem sabe eles ainda estariam na mesma posição de antes?
Claro que não são todos que te mrenda baixa ,mas a grande maioria.

- Convivemos com essa situação em nossa região ?

Nunca parei pra perceber na verdade,mas acho que aqui em Campo Grande não tem muito disso,acho que mais nas grandes capitais.

- O que podemos fazer para que ocorram mudanças nas situações encontradas?

De poucas ações podemos ganhar uma grande resultado.

Não discriminar ,ou seja,tratamento igual a todos.
E esse negócio de beneficiar índios e negros pra vestibular é uma tolice.
Poxa, se querem ser tratados iguais ,façam igual.
... Até onde eu fiquei sabendo,não sei se é verdade,mas de qualquer modo Não é a cor nem a aparência que vai mudar,somos iguais por dentro e a capacidade também.
Nada de privilégios só para os brancos.

A Arte e a Estética

Uma obra de arte não está obrigada a ser entendida e aprovada em princípio - particularmente - por qualquer que seja. A função da arte não é a de passar por portas abertas; mas a de abrir portas fechadas. Quando o artista descobre novas realidades, porém, ele não consegue apenas para si mesmo; ele realiza um trabalho que interessa a todos os que querem conhecer o mundo em que vivem, que desejam saber de onde vem e para onde vão. O artista produz para uma comunidade. Perdeu-se de vista esse fato no mundo capitalista. a arte deve procurar cumprir a tarefa de restabelecer sua unidade, através de um processo lento e doloroso, para erradicar, afinal, todos os sintomas de alienação.

O ser humano que se tornou homem pelo trabalho, que superou os limites da animalidade transformando o natural em artificial, o homem, que se tornou o criador da realidade social, será sempre o mágico supremo, será sempre Prometeu trazendo o fogo do céu para a terra, será sempre o Orfeu enfeitiçando a natureza com sua mágica. Quanto mais chegarmos a conhecer trabalhos de arte há muito esquecidos, antigos, tantos mais claramente enxergamos, apesar da variedade deles, seus elementos contínuos e comuns. São fragmentos que se acrescentam a outros fragmentos para irem compondo a humanidade. Enquanto a própria humanidade não morrer, a arte não morrerá.

Criação humana com valores estéticos (beleza, Equilíbrio, harmonia, revolta) que sintetizam as suas emoções, sua história, seus sentimentos e a sua cultura. É um conjunto de procedimentos que utilizados para realizar obras, e no qual aplicamos nossos conhecimentos. Se apresenta sob variadas formas como: a plástica, a música, a escultura, ocinema, o teatro, a dança, a arquitetura etc. Pode ser vista ou percebida pelo homem de três maneiras: visualizadas, ouvidas ou mistas, hoje alguns tipos de arte permitem que o apreciador participe da obra. O artista precisa da arte e da técnica para comunicar-se.

O ser humano criou objetos para satisfazer as suas necessidades práticas, como as ferramentas para cavar a terra e os utensílios de cozinha. Outros objetos são criados por serem interessantes ou possuírem um caráter instrutivo. O humano cria a arte como meio de vida, para que o mundo saiba o que pensa, para divulgar as suas crenças, para estimular e distrair a si mesmo e aos outros, para explorar novas formas de olhar e interpretar e compreender quadros, pinturas, vasos, estatuas, molduras, objetos, cenas e outros.

O que vemos quando admiramos uma arte depende da nossa experiência e conhecimentos, sobre o conceito de arte e da nossa disposição no momento, da imaginação e daquilo que o artista pretendeu demonstrar, neste caso a subjetividade é essencial.

Porque fazemos arte e para que a usamos é aquilo que chamamos de função da arte que pode ser feita para decorar o mundo, para espelhar o nosso mundo (naturalista), para ajudar no dia-a-dia (utilitária), para explicar e descrever a história, para ser usada na cura doenças, para ajudar a analisar, a compreender e a explorar o mundo com um novo olhar.

Estilo é como o trabalho se mostra, depois de o artista ter tomado suas decisões. Cada artista possui um estilo único.Imagine se todas as peças de arte feitas até hoje fossem expostas numa sala gigantesca. Nunca conseguiríamos ver quem fez o que, quando e como. Os artistas e as pessoas que registram as mudanças na forma de se fazer arte, no caso os críticos e historiadores, costumam classificá-las por categorias e rotulá-las.

Podemos verificar que tipo de arte foi feita, quando, onde o como, desta maneira estaremos dialogando com a obra de arte, e assim podemos entender as mudanças do mundo.

Os progressos na tecnologia também difundiram técnicas e teorias. Elas se espalham através da arqueologia , quando se descobrem objetos de outras civilizações; pela fotografia, a arte passou a ser reproduzida e, nos anos 1890, muitas das revistas internacionais de arte já tinham fotos; pelo rádio e televisão, o rádio foi inventado em 1895 e a televisão em 1926, permitindo que as idéias fossem transmitidas por todo o mundo rapidamente, os estilos de arte podem ser observados, as teorias debatidas e as técnicas compartilhadas; pela imprensa, que foi inventada por Johann Guttenberg por volta de 1450.

No mundo em que vivemos, a realidade social precisa ser mostrada no seu mecanismo de aprisionamento. A obra de arte deve apoderar-se do público, não através de uma identificação passiva, mas através de um apelo à razão que requeira ação e decisão, que seja incitado a formular um julgamento, afinal, quanto ao que viu: não era assim que devia ser. Assim, asiste às suas próprias atribulações e sofre os impactos das incessantes transformações. Aqui poderá produzir-se a si mesmo da maneira mais fácil, pois o modo mais fácil de existência é exatamente a arte.

Bibliografia : http://www.webartigos.com/articles/5481/1/Filosofia-Da-Arte-E-Estetica-Refletindo-Sobre-A-Funcao-Da-Arte/pagina1.html

Estética na Contemporaneidade

Na contemporaneidade as obras e a estética passam a ser mercantilizadas em vários aspectos na sociedade, não só nas obras de arte, como sabemos, pois esta teve várias fases e sempre dependia de alguma maneira dos “investidores” para que ela pudesse existir. Houve a época que eram as religiões, outras que foram os governos, e agora é, em muitos casos, o valor de mercado gerado pelo capitalismo.

Conforme comenta Chaui (2005)

Para que a autonomia das artes viesse a acontecer foi preciso que o modo de produção capitalista dessacralizas-se o mundo e laicizasse toda a cultura, lançando todas as atividades humanas no mercado. Isso significou, porém, que livres do poder religioso e do poder político, os artistas se viram a braços com o poder econômico. Ao se livrarem do valor de culto, as obras de arte foram aprisionadas pelo valor de mercado. (p.274).

Comento agora nestes dois próximos tópicos, um pouco sobre a beleza estética tanto na humanidade quanto em produtos de consumo e sua mercantilização.


1.5.2. Nos seres humanos

Vimos recentemente nos noticiários, que uma “modelo” veio a falecer vítima de anorexia porque se julgava fora dos padrões estéticos em sua categoria. Ela já estava magérrima com seus cerca de 40 kg e 1,74 metros de altura, mas se acreditava fora das “medidas”. Isto nos mostra com tal clareza o quanto é inescrupuloso tais pensamentos com relação à estética humana e sua mercantilização, que é formada por diversos e diferentes grupos, cada qual com seus “valores” estéticos e interesses econômicos.

É interessante relembrarmos que houve épocas que o padrão estético e de beleza estava nas “gordinhas”. Isto nos mostra que os valores humanos quanto à sua beleza variam com a época, e sabemos que dependem também da cultura de um certo povo, encontramos diversas culturas com padrões que, nós ocidentais, chamaríamos de esdrúxulos.
Mas o principal ponto que gostaria de destacar, é que na contemporaneidade se vê com toda a facilidade gente e mais gente. Humanos e mais humanos que entram em cirurgias e mais cirurgias estéticas em busca de uma perfeição apolínea. Não pretendo tecer opiniões quanto a isto, mas acho que a “industria da beleza” está bem satisfeita, e a cada dia, se lançam mais e mais cosméticos em busca dessa beleza... tanto quanto novas e mirabolantes “técnicas” de se fabricar esta tão esperada beleza estética humana. Esses humanos.... (!)


1.5.3. Nos produtos de bens de consumo


A mercantilização da estética se dá em vários aspectos da sociedade contemporânea como dissemos, não só na arte por essência, mas em diversos produtos que são feitos de maneiras a “encantar” este povo, tanto quanto nos produtos abstratos repassados pela televisão. Sejam eles programas inúteis, ou até mesmo jornalísticos disfarçados de úteis. Como diz Chaui a realidade parece fictícia e a ficção parece realidade.


Precisamos aqui fazer uma pequena distinção entre desejos e necessidades, esta é algo oriundo nos seres humanos, tais como: necessidade de alimento, locomoção, e comunicação por exemplo, mas para satisfazê-las não precisamos comer um caviar ou um pescado que custa centenas de euros em um restaurante francês, não precisamos de um automóvel de ultima geração para nos locomover, e para nos comunicar não precisamos de um celular ultramoderno, que o falar através dele, é o menos importante tão requintado que é este aparelhinho de nossos dias.

Tudo isto são desejos criados por uma “industria cultural” mercantilizada, em que se usa da estética e da tecnologia, para cada vez mais aprimorar o “embelezamento” dos produtos de consumo. Porém essas técnicas também vieram a facilitar a vida do homem moderno e do contemporâneo, não se pode negar a facilidade que se alcançou e se alcança com tudo isto. Mas é preciso se separar e distinguir o que é belo do que é simplesmente útil. E foi isto que começou a ocorrer desde o final do século XIX e durante o século XX. Mas muitas vezes podemos ver nos dias de hoje, e em todo lugar, coisas que unem o belo ao útil. Chaui (2005) diz


Os objetos produzidos com base no design indicam que foram concebidos com a preocupação de que, além de úteis, também sejam belos. No entanto, é possível distinguir entre esses objetos técnicos e as obras de arte.
A diferença entre obra de arte e os objetos técnicos está em suas finalidades: a obra de arte é expressiva, o objeto técnico, ainda que belo, é funcional. (p.277).

Como nos relembra Chaui, também é importante salientar que “as artes são vistas como trabalho da expressão e mostram que, desde que surgiram pela primeira vez, foram inseparáveis da ciência e da técnica.” (p.276).


Mas agora a aura é perdida através da reprodução técnica que, como nos diz Chaui, “permite a existência do objeto artístico em série e que, em certos casos, como na fotografia, no disco e no cinema, torna impossível distinguir entre o original e a cópia, isto é, desfaz as próprias idéias de original e cópia.” (p.279).

Isto ocorre também com todos os objetos de consumo que poderíamos chamar de “obras de arte vulgarizadas ou massificadas”, pois são o resultado de uma comoção mundial – refiro-me ao mundo ocidental capitalista - ao belo e útil, muitas vezes com até mais beleza do que utilidade propriamente dita, mas que emocionam, que apaixonam as pessoas a adquirirem tais produtos dotados de tanta beleza e tecnologia que na realidade tornam-se objetos para serem contemplados admirados e muitas vezes pouco utilizados em sua plena totalidade.

Estes produtos são feitos em série para as pessoas que os adquirem ou seja a massa. Como nos diz Chaui massa “É um agregado sem forma, sem rosto, sem identidade e sem pleno direito à cultura” (p.291). Ou seja pensa-se estar adquirindo este ou aquele produto para se sentir dentro de um grupo social e de certa maneira ser diferente e personalizado, mas na verdade se é massa, ou seja é coisa que não se distingue. É a massa “inculta”. Pois a industria cultural, introduz a divisão social entre elite “culta” e esta massa “inculta”.

Em conseqüência temos a idéia de mass media ou os meio de massa que são utilizadas pela televisão e pelos diversos meios de comunicação. A mídia como é usada no Brasil, é o moldador desta massa. Se há massa é necessário “moldá-la”.


Como há pessoas para adquirem tantos produtos e cada vez mais produtos são lançados e a indústria não pode parar de produzir – pois faz parte da engrenagem capitalista – não há o interesse em se fabricar produtos duradouros, ao contrário estamos na era dos produtos descartáveis. Estamos na sociedade pós-industrial ou pós-moderna, é a “sociedade do descarte” como nos diz Chaui. Para fazer um trocadilho com o nome do nosso grande pensador que talvez tenha dado início a todo um modernismo que vem desaguar onde nos encontramos hoje, ou seja, Descartes; pois bem, será que ele poderia imaginar o que viria a ocorrer no século XX ou XXI, e o sentido desse trocadilho em português? O filósofo Descartes e a “sociedade do descarte”.(?)


Tudo é produzido para uso temporário e imediato, não se vende mais o produto necessário e útil, mas os desejos criados pela mídia. Os produtos são mais “belos” do que úteis. Mais desejado pelo inventivo status que apresentam, como sucesso, prosperidade, segurança, juventude, beleza pessoal, atração sexual, do que pela real necessidade do sujeito que aqui não é sujeito é massa.


O marketing portanto elabora a criação dos desejos nesta massa, eticamente ele deveria identificar a necessidade e os desejos das pessoas e ai sim criar produtos para satisfazer esta necessidade e estes desejos. Assim na verdade o que temos são indivíduos que se tornam produtos. Vejamos e pensemos o tanto de coisas que carregamos quando saímos para trabalhar e até mesmo para o lazer, por que precisamos de tantas coisas? E o pior, tem que ser de tal marca.


A imagem passa a nos perseguir. Como somos mercadorias ambulantes, como nos diz Chaui (2005)

A propaganda passa a estimular imagens de indivíduos vencedores na competição instituída pelo mercado de trabalho: roupas, calçados, bolsas e pastas de grife, sabonetes, perfumes e desodorantes que sugerem requinte e glamour, cosméticos de marcas famosas, etc., passam a constituir o próprio corpo do individuo, formam sua imagem como uma espécie de segunda natureza ou de máscara colada em sua pele. (p.295).

É aí também que se tem a idéia de dividir a sociedade em classes sócias e os programas de mídia, radio, televisão, jornal, revistas entre outros passem a programar seus horários e interesses de acordo com os patrocinadores e os vendedores destes “produtos” nos dois sentidos: tanto os produtos fabricados no próprio sujeito como os para pôr neste produto fabricado chamado “sujeito”. De acordo com seus interesses.


Como nos diz Chaui, nós precisamos ser mantidos infantis e desta forma mais desejos de satisfações constantes, em outras palavras, precisamos toda hora de uma “balinha” de um docinho como crianças insaciáveis e pior sem maturidade. Não é interessante que reflitamos, que tenhamos críticas.

Diferentemente do que a obra de arte, que nos faz refletir, pois é necessário um trabalho sensorial para compreendê-la, amá-la, criticá-la, nos produtos industriais em série e condicionados em nossa mente não com seus “valores” intrínsecos mas seu “valor” de imagem, não é necessário nenhum esforço. É sem dúvida mais fácil se alcançar os objetivos da mídia desta maneira.


Como comenta Chaui (2005)


Como os meios de comunicação nos infantilizam, diminuem nossa atenção e capacidade de pensamento, invertem realidade e ficção e prometem, por intermédio da publicidade, colocar a felicidade imediatamente ao alcance de nossas mãos, acabam nos transformando num público dócil e passivo. (p.299)

Entendemos assim porque produtos e mais produtos nos fascinam tanto. Diferentemente de obras de arte sublimes e que exigem de nossa mente tanto esforço para compreendê-la, pois como somos doutrinados ou adestrados para de tal forma não entendê-la, ou não se interessar por ela, será que precisamos, portanto, nos libertar desta caverna, como alegoricamente colocou Platão?



1.6. Comentários finais


Fizemos uma pequena viagem no mundo da arte e da estética... passamos por alguns períodos e fases deste mundo.


Como vimos atravessamos de um período das obras religiosas, às políticas e agora temos as obras ou produtos mercantilizados - como procuramos enfatizar - pautado na estética e no design, e nos produtos ou programas inventados pela mídia televisiva.


Ninguém nos ensina a ver, diferentemente de outros aprendizados como a ouvir e falar por exemplo. A “ver”, ninguém acha necessário ensinar, será que isso está certo? Ou nós precisaríamos aprender a ver? E assim talvez veríamos e distinguiríamos o que é arte do que é puramente produção para simples mercantilização, ou pior, manipulação.

Estamos tão envolvidos e dentro desta “obra” que na verdade esquecemos que somos uma massa e somos modelados para fazer parte desta obra, embora não consigamos perceber isto, e isto se justifica a partir do momento que, como estamos dentro, não podemos ver, pois seria necessário que saíssemos de dentro dela para olhar de fora. É como querer fotografar o planeta Terra estando aqui no chão, não é possível! Precisamos ir ao espaço para vê-la por completo...

Seria então interessante desapegarmo-nos um pouco desta funesta “obra” em que estamos envolvidos e olhando de fora nos libertar da caverna mercantilista na qual estamos presos e enclausurados.


Poderíamos dizer para finalizar que devemos fazer da nossa vida uma obra de arte e não da arte mercantilizada em produtos e serviços a nossa vida.

Bibliografia : http://www.benitopepe.com/2009/02/estetica-mercantilizada-na.html